Dia das crianças ― Relembre aventuras da literatura e do cinema


         Pra iniciar o post, eu só queria dizer o quanto estou indignada que nem um bombom ganhei nesse domingo! Esperava que pelo menos o meu pai, que vive falando que serei a eterna filhinha dele, lembrasse de mim! Mas enfim, né. Sofrerei calada.
         12 de outubro, o dia em que muitos de nós, pra não dizer todos, esperava ansiosamente para receber aquele brinquedo preferido que passou dias comentando em casa ou escreveu em um bilhetinho para os pais comprarem o certo. Em muitas casas, o dia das crianças chegava a ser mais importante que o próprio natal! Em comemoração a essa data a qual nos fora tão importante no nosso passado, o blog traz uma postagem especial para relembrá-la. Ao lado de seis pessoas, sendo eles colaboradores e leitores do Just Running Away, trouxemos sete turminhas e suas aventuras da literatura, cinema e TV que marcaram nossa infância ou marcam nossas vidas até hoje. A ordem apresentada é cronológica de acordo com lançamento do livro, filme ou programa de TV. Não há nenhum tipo de classificação de melhor ou pior na ordem, é apenas temporal. 


O mágico de Oz – 1900 

Foi num belo fim de tarde que, despretensiosamente, resolvi seguir a estradinha de tijolos amarelos, tendo a garota Dorothy como companheira e encontrando pelo caminho amigos que me ensinaram grandes lições: o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde. O Clássico de L. Frank Braum, lançado em 1900, é até hoje lido e relido por milhares de crianças (apesar de trazer lições que ultrapassam os limites da infância). O Mágico de Oz é tão doce e fácil para ser entendível pelos pequenos, quanto profundo e reflexivo para aquecer o coração daqueles que pretendem retornar aos sonhos de infância. Ler tal aventura na terra de Oz me fez lembrar o quanto de criança temos dentro de nós e mais importante do que isso, me fez rir, chorar e aprender grandes lições sobre coragem, amizade e buscas. O Mágico de Oz é aquele livro que ficará na minha estante até o dia que novamente eu desejar partir numa aventura e encontrar o meu eu criança; o meu eu que enxerga o mundo com o brilho da inocência inerente aos que ainda não romperam as barreiras para a vida adulta. É um livro para lembrar de ser criança.

Ronaldo Gomes, 19 anos. 
Aracaju – Sergipe.



 O diário de Anne Frank – 1947

 Hoje, 12 de outubro, compartilho com vocês a criança personagem que atraiu toda a minha atenção. Anne Frank, uma judia que, na era Hitler, foi morar em um esconderijo em Amsterdã, Holanda, com sua família e mais alguns agregados. Confesso que fui conhecê-la melhor na juventude, nos meus 20 aninhos. Mas, quando eu lia cada relato que a menina havia colocado em seu diário, sentia-me com 13, 14 anos novamente. Uma criança que teve que prender suas emoções e sentimentos nas entrelinhas do seu dia-a-dia.  Era madura dentro do limite e ao mesmo tempo não sabia lidar com conflitos entre ela, sua irmã e sua mãe. Nesses momentos eu chegava a dizer “Calma, Anne, não é assim que se faz”. Queria dizer que aquilo passaria logo, pois eu também tinha vivido situações semelhantes. Diferente de mim, a garotinha encontrava no colo do seu pai a solução para tanto desabafo. Ele era o único que conseguia compreendê-la e dar lições de moral necessárias.  Enfim, chegaram as partes finais da história e o que era esperado veio junto. Os sonhos de se formar, construir uma família, comer coisas que durante alguns anos não comia e vários outros desejos, foram interrompidos pela brutalidade do autoritarismo. Dos judeus que conviviam que com ela, Otto Frank (pai de Anne) foi o único sobrevivente. Ela também se foi.  Por isso, através dessa história, sinto-me na obrigação de agradecer todos os dias pelo muito e pelo pouco que tenho. Muitos queriam a oportunidade de estar em meu lugar, vivendo a liberdade, mesmo sendo essa limitada. Nada se compara ao aprisionamento que perseguidos deste mundo opressor têm que viver todos os dias.

Jéssika Cruz, 21 anos. 
Aracaju – Sergipe.



 História Sem Fim – 1984 

Clássico da Sessão da Tarde, o filme nos apresenta ao menino Bastian, leitor assíduo e dono de uma imaginação desenfreada, encontra em seus 180 livros o refúgio para as adversidades da vida. Porém, quis o destino que um certo livro o encontrasse: A História Sem Fim. No sótão da escola, o pequeno leitor começa a se aventurar no reino de Fantasia, que aos poucos está sendo consumido pelo Nada e tem a sua Imperatriz terrivelmente doente. Assim, Atreyu, o audacioso guerreiro, e seu cavalo Artax, saíram em busca da cura para a doença e de algo que salvasse o reino. Ao longo do trajeto, Bastian sorri, chora, e se vê assustado ao descobrir que a Imperatriz o conhece, chegando ao ponto em que a história se mistura com a realidade. Tal jornada por Fantasia nos mergulha em um universo pitoresco, com criaturas das mais singulares - como Falcor, o Dragão da Sorte, além de paisagens e um enredo deleitosos. Esse início épico da trilogia contou e recontou a gerações de crianças a importância da leitura e o puro prazer de se permitir viajar na imaginação.

Eloanne Cerqueira, 20 anos.
 Tobias Barreto – Sergipe.



 Disney Club/Cruj: 1997 – 2002.

Podem ir tomando conta da poltrona do papai! O tema agora é uma turminha do extinto Disney Club/Cruj que salvou muita gente de não assistir jornal. A turminha formada em seus primeiros anos por Caju, Macaco, Chiclé e Maluca eram tão incríveis quanto os desenhos que passavam no programa. Caju era um mini-nerd-gênio (e um dos meus primeiros crush televisivos) que comandava o programa, ao lado de seu amigo Macaco e seu irmão mais novo Chiclé, e não menos importante Maluca (lembrando que ela não era maluca, apenas o codinome que era Maluca), a representante feminina do grupo que além de ter os óculos e as perucas mais fodas que eu sempre quis durante a infância tinha uma inclinação feminista. Seus membros eram cativantes e sempre nos deixavam inquietos quando o programa era ameaçado de ser descoberto ou quando rolava alguma confusão com a “turma da rua de baixo”, e fez com que muitos quisessem participar de uma organização secreta com algum propósito. Basicamente, os dois integrantes que mais me marcaram foram Caju e Maluca. O primeiro pelo fator nerd já presente em minha pessoa na época. O menino conseguiu transformar um guarda-chuva em antena parabólica, como eu queria ter esse poder de invenção! E a segunda, além das roupas e da personalidade um pouquinho destrambelhada, contava com uma inclinação feminista, que apesar de apenas levemente desenvolvido, eu viria a conhecer depois.
Além de marcar época com seu formato e apresentadores o programa ainda contava com os desenhos mais legais da minha infância. Well, tha’s all... CRUJ, CRUJ, CRUJ... TCHAU!

Priscilla Santos, 23 anos. 
Ibiraci – Minas Gerais.



 Desventuras Em Série: 1999 – 2006 

         Tive contato com a história de Lemony Snicket pela primeira vez com o filme lançado em 2004 pela DreamWorks. O fato que mais me chamou atenção fora ver Jim Carrey sendo um vilão completamente cômico e, aparentemente, terrível. Depois, a forma como as três crianças, que logo depois eu conheceria como Violet, Klaus e Sunny Baudelaire, conseguiam se livrar das garras do péssimo ator de ego inflado. Em 2012, tomei conhecimento da existência dos livros e fiz o possível para tê-los, os treze de uma só vez. Daniel Handler, nome verdadeiro do autor dos livros, tenta levar os leitores a uma realidade não muito diferente da nossa, principalmente quando criança: Os segredos presentes na família e que os pais tentam esconder-nos. Tenta mostrar que nem sempre, para falar com e sobre crianças, é necessário o uso de fantasias, arco-íris, sorrisos e um pequeno elfo feliz. A história apresenta a infância roubada dos, agora órfãos, Baudelaries. A cada aventura que passa, ao invés de respostas, encontram cada vez enigmas e mais dúvidas. Violet, como a mais velha, se vê responsável pelos três ao mesmo tempo que Klaus, o único “homem” do trio, tenta ser o mais protetor possível com as irmãs. Por outro lado, em meio a todo o caos que passam entre organizações secretas, vilões e mais segredos, podemos acompanhar o crescimento da pequena Sunny, onde inicialmente usava curtas expressões para se comunicar e ao fim do 13º livro, já utiliza palavras completas e até mesmo frases curtas. Mostra, nas pequenas coisas, que mesmo com responsabilidades impostas pela morte dos seus pais e dos infortúnios que surgem com tal perda, ainda são as crianças Baudelaires. Com sonhos, desejos e anseios.

Thiarlley Valadares, 19 anos. 
Tobias Barreto – Sergipe.

 Pequenos Espiões: 2001 – 2003. 

De fato,  minha infância foi influenciada pelos filmes. E de modo especial por Carmem e Juni, personagens de "Pequenos Espiões". O longa conta a história de duas crianças que são ceifadas do convívio com os pais por um vil gênio da tecnologia. Os infantes são então incumbidos de salvar seus genitores (e o mundo) antes que os mesmos possam sucumbir nas mãos do terrível vilão. É óbvio que para uma criança de 10 ou 11 anos (que foi a época em que eu assisti o filme) deparar-se com a fantasiosa possibilidade de tornar-se, de algum modo, um ser especial  é o mesmo que encontrar-se à frente da porta mais escancarada para a imaginação fluir. Não eram as super missões, a super inteligência ou a super história por trás de um sofrimento, Juni e Carmem eram crianças aparentemente normais, que jogavam vídeo game e tinham suas birras. O que os tornavam especiais era o instinto de proteção e amor que tinham pelos pais.

Yago Vieira, 21 anos. 
Tobias Barreto – Sergipe.




  Harry Potter: 2001 – 2011. 

Quem não conhece o famoso Harry Potter? E quem nunca ouviu falar de suas aventuras malucas? E Lord Voldemort? A série literária consiste em setes livros (maravilhosos) que qualquer criança já sonhou em ter, ou em assistir um dos oito filmes baseados nessa aventura fantástica. J.K Rowling, a escritora dos livros, estava pegando um trem para Londres quando as ideias surgiram em sua mente e Harry Potter se concretizou no seu pensamento. "Tenho escrito continuamente desde os seis anos de idade mas nunca estive tão excitada com uma idéia antes. [...] Eu simplesmente sentei e pensei, por quatro horas e todos os detalhes borbulharam em meu cérebro e esse garoto de óculos e cabelos pretos que não sabia que era um bruxo tornou-se mais e mais real para mim." Mundialmente conhecidos, a história se passa na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde Harry com a ajuda de seus amigos, Rony e Hermione, trava pequenas batalhas contra aquele que matou seus pais, Tom Marvollo Riddle ou simplesmente Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado e aguenta pirraças do filho de um Comensal da Morte, Draco Malfoy. Os livros também nos ensinam valores morais como amizade, coragem, responsabilidade, amor, lições da vida e da morte, escolhas. A série de filmes foi encerrada em 15 de julho de 2011 com Harry Potter and the Deathly Hallows part II tornou-se a maior bilheteria da série e a terceira da história do cinema.

Milena Fontes, 15 anos. 
Tobias Barreto – Sergipe.


E aí, algum desses personagens marcou a sua infância? Não? Então nos conte sua experiência e o filme/livro que lhe foi muito importante quando criança! 

2 Comentários

  1. Primeiro que essa sua ideia foi muito boa, relembrar clássicos de nossas épocas áureas, quando a preocupação era ler/jogar/assistir e torcer para que o bem vencesse o mal (ou o contrário, tipo em Os Ursinhos Carinhosos). E segundo que o post ficou legal demais, histórias e mundos bem diferentes. Eu não ia me alongar muito no comentário, mas cara, não resisti. Então "seenta que lá vem históoria" x]
    O Mágico de Oz ainda não tive o prazer de ler, e se já assisti não me lembro. Maaas, há algum tempo baixei essa versão do musical, aí vou colocar na lista pra a gente assistir. Ah, e sempre gostei muito de "Somewhere Over The Rainbow", ainda hei de aprender a tocar!
    Também nunca li O Diário de Anne Frank, e é estranho ainda não ter lido, porque sempre que me vem algum vídeo/documentário bem interessante a respeito fico naquela vontade de saber mais e tals. Bom, irei ler sim.
    ~ ~ Never Endiing Stoooory tãnãnan tãnãnan tãnãnan ~ ~ cara, nem sei quantas vezes já assisti esse filme, e tem mais dois (lembro que não gostei muito da continuação), mas qualquer dia desses assisto outra vez. Eu só não sabia que era adaptação de livro, ainda vou procurar pra ler.. só sei que, depois de ShenLong, Falcor era meu dragão favorito /o/
    Disney Cruj é épico, sem mais. Super adorava todos, mas só fazer uma menção honrosa a dois desenhos: Super Patos (eu sonhava muito com eles kkk) e Hércules (por, entre outras razões, Hades <3).
    Desventuras foi o filme que me fez simpatizar com Jim Carrey. O universo deles envolve a gente de um jeito, até bate uma aflição quando niguém percebe que é Olaf disfarçado kkk fora que é uma delícia de leitura, e ainda hei de ler a saga toda o/
    Concordo com Yago, Pequenos Espiões dava aquela impulsionada na imaginação. E pra mim ainda tinha o adicional de Antonio Banderas, que eu já era fã por causa de Zorro \o\
    Harry Potter vai ser uma saga lendária always, even after all the bloody years we still have to live. Já tenho até planos de, um dia, quando for aniversário de 11 anos de meus filhos, entregar pra eles uma carta de Hogwarts com ingressos para o parque temático x]

    Mas enfim, quando abri a página da postagem, daqui de casa deu pra sentir o cheirinho de nostalgia ^^

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    1. Seus comentários são sempre tão bíblias e tão auto-explicativos que eu fico meio sem saber se respondo ou não. LSKADJALDKAJSLKJ Mas sim, ficou muito lindo principalmente porque vocês participaram e deixou a coisa bem mais misturada, com vários ângulos e coisas que a gente nem lembrava da nossa época e tal, foi maravilindo! Todos que eram livros eu fiquei na vontade de ler e eu não vou menti que O mágico de Oz eu ainda fui no google procurar pra comprar xD
      Então, eu fiquei meio sem saber qual imagem por porque tinha umas do menino já maiorizinho e eu boiando LKDJADLKSJ mas aí achei essa linda e fui na fé, graças a Deus que não dei aquela gafe, né, imagina.
      Disney Cruj >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>. O Caju foi um dos meus primeiros crushs televisivos, aí sdds. ♥ Desventuras eu não vou comentar porque né, suspeita. :3
      Cara, eu assisti Pequenos Espiões por causa de Antonio Banderas porque >>>>>>>>>>>> ele é mt engraçado, pfvr. LASDKJDLSAKJ mas sim, dá mt viajada, mesmo com os ~~efeitos~~ meio fracos e etc. e HP eu não sei porque não vi todos e sou julgada always, mas posso dizer que a autora é uma linda porque ela criou um universo totalmente novo e acho lindo o fato de que autora, personagens/atores e fãs cresceram juntos.

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